sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dicas de como fotografar surfe

Relendo a Revista Fotografe Melhor nº 169, encontrei uma matéria muito interessante sobre como fotografar surfe, com dicas do fotógrafo Sebastian Rojas.

foto: Sebastian Rojas
 Sebá, como é conhecido entre os surfistas, é um dos fotógrafos de surfe mais renomados do Brasil. Ele já fez mais de 100 capas para a revista Fluir e colabora com publicações internacionais. Sempre em busca de ondas perfeitas, o fotógrafo - assim como os surfistas - também viaja para os principais locais de surfe do mundo, como Havaí e Indonésia, por exemplo.

Segundo Sebastian, "o estilo de vida do fotógrafo de surfe é muito variado e os profissionais que fazem as duas modalidades de fotos - dentro e fora d'água - precisam estar antenados com as condições da natureza."

Para ele, "a profissão pode ser considerada um esporte radical que envolve técnica fotográfica apurada e altos riscos (...) Ele explica que existem, basicamente, dois tipos de fotos: aquelas feitas com o fotógrafo dentro do mar, junto aos surfistas, e as registradas a partir da praia, com o uso de teleobjetivas e tripé. As cenas fotografadas de dentro da água exigem um maior preparo físico e o fotógrafo precisa saber nadar muito bem. Sebá conta que o equipamento mínimo para esta modalidade é uma caixa-estanque com comandos precisos e uma câmera que faça pelo menos 8 fotos por segundo (8 fps)."

Na água, as maiores dificuldades são as correntezas e as arrebentações, e o fotógrafo precisa ser ágil para alcançar rapidamente os lugares onde os surfistas fazem as manobras mais radicais.

"Para Sebá, a caixa-estanque (que, com a câmera pesa cerca de 5kg) não chega a ser um problema pois ela bóia. A maior preocupação é o trabalho das pernas e dos pés, com nadadeiras, que precisam estar sempre em movimento  para manter o corpo na superfície da água: na hora da foto os braços não podem balançar e o fotógrafo precisa estar o mais alto possível em relação ao nível do mar, para que a câmera não fique à sua frente".

Curioso quanto ao equipamento que ele usa: uma Canon EOS 1D Mark III e uma EOS 7D com uma lente 10-17mm para as ondas tubulares e uma 70-200mm para fotografar as ondas mais cheias e as manobras à meia distância. Todas com o auto-focus (AF) ativado. Fora da água, na areia, ele usa teleobjetivas potentes como a lente de 600mm f/4 que pesa quase 10kg e custa em torno de 10 mil dólares. Além disso ele conta com uma 50mm fixa, uma 17-40mm e uma 24-105mm.

Segundo a matéria "a fotografia de surfe (...) depende muito das condições climáticas do momento. É preciso ter paciência para esperar que os ventos formem ondas boas e ainda haja sol suficiente para iluminar a cena."

Indagado sobre seus ganhos ele diz "não dá para viver da fotografia de surfe se você tem uma família, filhos para sustentar, a menos que você tenha uma atividade paralela que componha a renda. O mercado publicitário não valoriza muito o fotógrafo e é preciso ser talentoso também para negociar bem os trabalhos".

Quanto à técnica Sebá utiliza a câmera no modo manual (M) de operação, fazendo os ajustes de abertura e velocidade através dos botões externos da caixa-estanque. Para congelar o assunto devidamente ele procura usar velocidades entre 1/800s e 1/2000s, com aberturas f/4 ou f/8, dependendo do ISO escolhido.

Para conseguir boas fotos ele diz "tento ficar dentro da onda, ao mesmo tempo em que tenho que estar concentrado na trajetória que o surfista faz. Tudo isso acontece em alta velocidade e ainda tenho que ficar fora da rota de colisão (...) sem esquecer que o menor movimento de punho pode gerar uma imagem totalmente inusitada ou arruiná-la. Além disso, é importante fazer a foto de preferência sem nenhuma gota de água na frente da lente".

Com as lentes mais curtas Sebá diz que a distância entre o fotógrafo e o surfista pode ser mínima tornando seu posicionamento crítico e perigoso... segundo ele "qualquer erro pode acabar em tragédia".

Fonte: "Revista Fotografe Melhor" nº 169 OUT/2010.

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